Soubemos que após oito anos se dedicando ao ensino, à pesquisa e à extensão na Unirio, a professora Elizabeth Sara Lewis, da Escola de Letras, foi informada pela reitoria que terá sua posse anulada. A docente tem uma atuação destacada na instituição, tendo exercido ao longo do período as funções de coordenadora do curso de Licenciatura, membro do Conselho de Centro, membro do Núcleo Docente Estruturante do curso de Licenciatura em Letras e presidenta da seção sindical, Adunirio. Além disso, alcançou distinção como pesquisadora, carregando consigo o nome da Unirio ao receber o reconhecimento externo pelo seu brilhantismo e empenho. Participou também de projetos de extensão de impacto significativo na comunidade, atuando ainda na Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) e no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).
A Adunirio, com auxílio da sua assessoria jurídica, tentou dialogar com a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe) e a Procuradoria Geral para buscar uma solução para o caso. Indicamos mais uma vez que a Unirio poderia atuar com seu aparato burocrático para defender o desenvolvimento institucional, defender os interesses da comunidade universitária e buscar o melhor caminho para evitar a escalada nos conflitos internos. Infelizmente, porém, vemos novamente a reitoria optar pelo caminho autoritário, que neste caso resulta numa renúncia injustificada da universidade à experiência acumulada de oito anos de trabalho e em mais uma contribuição para a “fuga de cérebro” de uma instituição pública nacional.
Há um processo jurídico em torno da admissão da docente devido ao fato de que o concurso no qual a professora fora aprovada em primeiro lugar exigia, para candidatos estrangeiros, o visto permanente no ato da posse, 30 dias após a nomeação. Entretanto, o visto permanente só podia ser solicitado após a nomeação, e demorava até 90 dias para ser confeccionado, efetivamente impedindo a posse da professora. Ainda assim, a professora conseguiu garantir a obtenção do documento dentro do tempo determinado, mas a Unirio se recusa a reconhecê-lo no processo.
A Escola de Letras lançou carta no fim de maio deste ano lamentando a postura da reitoria e solicitando “que qualquer decisão administrativa referente ao caso seja precedida de ampla divulgação de suas motivações à comunidade acadêmica, e do esclarecimento quanto aos esforços tomados para solucionar o caso de maneira favorável à universidade, o que certamente contará com nossa contribuição e mobilização para que a professora permaneça em nossos quadros”. Nós da Adunirio, depois de todos esforços que fizemos para buscar uma solução com a reitoria, reforçamos essa reivindicação da Escola de Letras para que o debate seja feito, então, de forma aberta com a comunidade e que a Unirio assuma as consequências de mais uma decisão desastrosa que intensifica o clima conflitivo na universidade.
Fonte: Adunirio