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Servidores técnicos da Universidade de São Paulo deflagram greve

Servidores técnico-administrativos da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram uma greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (9) contra o retorno compulsório dos trabalhadores da universidade às atividades presenciais não essenciais, determinado pelo chamado “Plano USP”. Serão mantidas as atividades remotas.


Em assembleia virtual, realizada na última quinta-feira (5), foi deflagrada por ampla maioria a Greve Sanitária, que é quando há um risco à saúde ou segurança do trabalhador presente no ambiente de trabalho. Além disso, os técnicos exigem que a USP garanta melhores condições de trabalho e segurança para os trabalhadores que estão nas atividades essenciais, como o afastamento das pessoas que fazem parte dos grupos de risco, bem como a garantia plena de Equipamentos de Proteção Individual (EPI ́s) e de testes PCR regulares para detectar o vírus.  


Um levantamento elaborado pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) aponta que 13 trabalhadores da USP, entre efetivos e terceirizados, que estavam ativos na universidade morreram em decorrência da Covid-19.


Plano USP A reitoria da USP divulgou, no dia 27 de outubro, a atualização do Plano USP para o retorno das atividades presenciais. O documento, implementado em agosto, define protocolos, oferece recomendações e apresenta orientações aos gestores e aos membros da comunidade universitária para a viabilização progressiva das atividades acadêmicas e administrativas presenciais nos campi, que estão suspensas desde o dia 17 de março, por conta da pandemia da Covid-19.


Na versão anterior do plano, o retorno se dava de maneira gradual, não era compulsório —dependia de acordo entre a chefia e o funcionário—, e tinha como uma das diretrizes a manutenção do teletrabalho, quando possível.


Durante a assembleia, ficou definido que na primeira reunião do Comando de Greve, quarta-feira (11) será feita uma avaliação das medidas jurídicas possíveis neste momento, quanto à caracterização dos fatores de risco, compulsoriedade e condições de trabalho.


De acordo com a nota do Sintusp, o Plano da reitoria não se baseia em nenhum estudo científico sobre a situação atual da pandemia, o impacto das medidas entre seus funcionários e a verdadeira necessidade da volta ao trabalho presencial.


“Conforme largamente noticiado, a situação da pandemia está longe de estar controlada. Em várias partes do mundo observamos uma ‘segunda onda’, com um aumento vertiginoso do número de casos de Covid-19. No Brasil, está consolidado um número de cerca de 500 mortes diárias, sendo cerca de 100 mortes por dia no estado de São Paulo. Nesse sentido, a defesa de nossas vidas e de nossas famílias é fundamental neste momento! Por isso essa greve é diferente: não estamos paralisando o trabalho, vamos fazer aquilo que a reitoria deveria fazer que é preservar a nossa saúde.”, diz a nota do sindicato.


Fonte: ANDES-SN

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