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Servidoras e servidores estaduais da Bahia acumulam perdas salariais de 53,3%

As servidoras e os servidores públicos da Bahia têm sofrido graves perdas salariais nos últimos anos, resultando na queda acentuada no poder de compra do funcionalismo estadual.


Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para repor as perdas inflacionárias entre 2015 e 2022, seria necessário um reajuste de 53,33% sobre o salário de dezembro do ano passado. A informação elaborado para o movimento docente das universidades estaduais baianas. A pesquisa tem como referência as remunerações de 1º de janeiro de 2015, data em que houve o pagamento do penúltimo reajuste linear da categoria, negociado em 2014.


Docentes das universidades estaduais da Bahia protocolam pauta. Foto: Fórum das ADs.

Ainda de acordo com o Dieese, mesmo que houvesse a reposição inflacionária referente aos anos de 2015 a 2022, o salário não estaria em patamar adequado. Isso porque a ausência de ganhos reais não permite a elevação do poder de compra, apenas a sua manutenção.


Colaboram para a corrosão das remunerações, reajustes concedidos de forma parcelada e, como já ocorrido, pagos quase na data-base do ano seguinte. Dividir a reposição significa postergar a recomposição do poder aquisitivo das servidoras e dos servidores.


"É sempre desejável o reajuste pago em apenas uma única parcela, especialmente quando o mesmo não traz ganhos reais. Com a ausência de reajustes nos anos de 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021, a situação torna-se ainda mais difícil para os servidores", aponta o estudo.


Em 2022, o governo da Bahia autorizou um reajuste linear de 4% para as servidoras e os servidores públicos, mais o acréscimo de parcelas fixas aos salários. O valor está muito aquém da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o acumulado de janeiro de 2015 a dezembro de 2022, fechada em 59,47%.


Cobrança ao novo governador O movimento docente das universidades estaduais baianas segue em luta e disposto ao diálogo com o novo governo, que tem como chefe do Executivo o também professor universitário, Jerônimo Rodrigues (PT), licenciado da Uefs. A pauta de reivindicações de 2023, protocolada em 1º de dezembro do ano passado, foi entregue novamente pelo Fórum das ADs - que agrega as seções sindicais do ANDES-SN nas quatro Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) - no dia 11 de janeiro aos novos gestores, com a solicitação de uma reunião com o novo governo. A expectativa da categoria é a reabertura da mesa de negociação que fora interrompida em 2019, de forma unilateral, pelo então governador Rui Costa (PT).


A luta por um reajuste que recomponha as perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos oito anos é o primeiro ponto da pauta. Ainda integram as reivindicações o cumprimento dos direitos trabalhistas; a destinação de 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as quatro universidades estaduais baianas; mais a garantia da autonomia administrativa, financeira e acadêmica dessas instituições.

Fonte: Adufsba SSind., com edição do ANDES-SN

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