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"Não há comida, água ou assistência médica em Gaza", denuncia diretor da Agência ONU para Refugiados

Nesta terça-feira (22), o diretor da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (UNRWA), Philippe Lazzarini, fez um alerta sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza. Em publicação na rede social X, o representante denunciou a completa falta de alimentos, água e assistência médica na região, devastada após mais de um ano de bombardeios incessantes pelas forças israelenses.


Escola transformada em abrigo em Nuseirat, norte da Faixa de Gaza, depois de ser atingida por mísseis israelenses. Foto: UNRWA

“O cheiro da morte está em todo lugar, com corpos deixados nas ruas ou sob os escombros. Missões para resgatar corpos ou prestar ajuda humanitária são bloqueadas”, declarou Lazzarini, expressando a urgência de uma intervenção.


A ofensiva militar de Israel contra Gaza começou após os ataques do grupo Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de centenas de reféns. Desde então, os bombardeios israelenses causaram a morte de mais de 42 mil palestinas e palestinos, conforme dados da Al Jazeera de 20 de outubro, além de 750 mortos na Cisjordânia. A escalada de violência também deixou quase 100 mil pessoas feridas em Gaza, enquanto a infraestrutura local, incluindo casas, hospitais, universidades e mercados, foi destruída. A ofensiva violenta de Israel se expandiu e agora atinge também o Líbano, onde mais de 700 mil pessoas já tiveram que deixar suas casas. Segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais, pelo menos 1.489 pessoas já morreram no Líbano, desde 23 de setembro, vítimas dos mais de 1500 ataques aéreos comandados por Israel.


Lazzarini descreveu o cenário de desespero vivido pelos habitantes do norte de Gaza. “Eles estão esperando morrer. Sentem-se abandonados, sem esperança, sozinhos. Vivem de momento a momento, temendo a morte a cada segundo”, afirmou.


O diretor da UNRWA apelou por uma trégua imediata, mesmo que temporária, para permitir a passagem de ajuda humanitária e a evacuação das famílias que buscam abrigo em áreas mais seguras. “Esse é o mínimo necessário para salvar as vidas de civis que não têm nada a ver com este conflito”, concluiu.


As manifestações contra o genocídio do povo palestino têm crescido nas universidades, instituições e países ao redor do mundo. Recentemente, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução pedindo o fim da ocupação ilegal de Israel na Palestina. 


ANDES-SN na luta

O ANDES-SN tem uma longa história de apoio à luta palestina, iniciada em 2003, com ações de solidariedade e boicote ao Estado de Israel. Em 2018, aderiu à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). No 42º Congresso, em 2023, aprovou a moção "Não é guerra, é genocídio!", e no 67º Conad decidiu lutar pelo rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Israel. 


Fonte: ANDES-SN

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