
A Associação de Docentes da UFOP (ADUFOP) recebeu com indignação a denúncia de racismo vivida por uma estudante de jornalismo enquanto morava em uma república estudantil particular em Mariana.
Enquanto educadores é urgente colocar o combate ao racismo em nosso cotidiano de trabalho, é necessário combater o racismo todos os dias. Não precisa ser negro para se juntar à luta antirracista, esse deve ser um compromisso coletivo. Enquanto instituição de ensino a UFOP precisa criar protocolos de ação, inclusive garantindo o acolhimento às vítimas.
Essa denúncia vem no momento em que a Adufop está com a exposição Resistências e (Re)Existências em cartaz no ICSA em Mariana, pautando o resgate e a visibilidade à resistência negra e indígena na região. Usamos a expressão artística como forma de conscientização e luta, mas, perto do expressivo desafio frente ao racismo estrutural presente em nossas instituições e sociedade, é necessário mais.
Reafirmamos nosso compromisso com a luta antirracista e conclamamos ações de combate ao racismo em todas as instâncias que compõem a universidade, inclusive da república alvo da denúncia.
Finalizamos esta nota, nos solidarizando com a estudante e usando as palavras de Lélia Gonzalez:
Enquanto a questão negra não for assumida pela sociedade brasileira como um todo: negros, brancos e nós todos juntos refletirmos, avaliarmos, desenvolvermos uma práxis de conscientização da questão da discriminação racial nesse país, vai ser muito difícil no Brasil, chegar ao ponto de efetivamente ser uma democracia racial (Lélia Gonzalez).