A Diretoria da ADUFOP repudia a ação truculenta da Polícia Militar de Minas Gerais em Mariana perante duas professoras da rede estadual na noite de 26 de outubro. As duas observaram uma abordagem agressiva de dois policiais militares a dois cidadãos de moto, intimidando-os e colocando armas em suas cabeças, mesmo sem demonstrar qualquer ameaça de perigo. Diante da situação, as companheiras começaram a gravar a ação e, os policiais, ao perceberem que estavam sendo gravados, começaram a intimidá-las, dizendo que iriam “levá-las presas por serem testemunhas”, apreenderam seus celulares sem qualquer justificativa e as conduziram no camburão do carro policial até o batalhão militar de Mariana e depois até a delegacia civil de Ouro Preto. As duas trabalhadoras passaram a madrugada ouvindo ofensas na delegacia e não puderam entrar em contato por telefone com ninguém, o que só aconteceu quando foram liberadas, na parte da manhã (27).
Não é a primeira vez que a Polícia Militar comete truculência e violência contra os trabalhadores. Essa mesma instituição da nossa região tem as mãos sujas de sangue com o assassinato do jovem Igor Mendes em Ouro Preto. Na Praça Gomes Freire, o Jardim, em Mariana, local de grande aglomeração nos finais de semana, são comuns as ações violentas contra a juventude. Para piorar, o governo Bolsonaro, é um incentivador dessas práticas.
A violência exacerbada e abusiva a qual as companheiras foram vítimas, soma-se a falta do diálogo efetivo e necessário. Esse triste episódios nos levam a reafirmar que o modelo de segurança pública adotado por vários estados de nosso país está obsoleto. Essa forma de ataque aos trabalhadores faz parte da lógica de um estado militar, cuja raiz histórica vem dos períodos sombrios da ditadura militar neste país, favorecendo cultura da violência, mantida até os dias atuais.
A Diretoria da ADUFOP manifesta apoio e solidariedade às companheiras vítimas da ação truculenta da Polícia Militar de Minas Gerais em Mariana.
Ouro Preto, 7 de novembro de 2019
Diretoria da ADUFOP