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Funcionário da Vale e mestre pela UFOP alertou sobre risco de barragem de Brumadinho

Atualizado: 14 de mar.

Estudo feito em 2010 por Washington Pirete da Silva, engenheiro geotécnico que trabalha há mais de 20 anos na Vale, apontava a possibilidade de liquefação na barragem de Brumadinho, que se rompeu em 25 de janeiro. A tese de mestrado foi defendida na UFOP e orientada pelo docente Romero César Gomes. O estudo afirma que os rejeitos presentes na estrutura constituem materiais que tendem a exibir "susceptibilidade potencial a mecanismos de liquefação". Também conclui que "em função de alguns procedimentos operacionais inadequados realizados nesta barragem", diretrizes eram "recomendadas para aumentar a segurança".


O fenômeno de liquefação também foi apontado como uma das possíveis causas para o colapso da barragem de Fundão, em Mariana.


As polícias Federal e Civil apuram as causas do crime em Brumadinho. A força-tarefa que investiga o crime afirmou nesta terça-feira (5) que os equipamentos de segurança indicavam sinais de alteração no volume de água no corpo da barragem.


A empresa alemã TÜV SÜD, a pedido da Vale, fez um laudo de vistoria feito em 2018 sobre a barragem I da Mina do Córrego do Feijão e detectou problemas no sistema de drenagem da estrutura. O laudo conclui pela estabilidade da estrutura. Mas registra que, em determinada área da barragem que estava parcialmente saturada de água, havia um dreno seco. O documento recomendou a instalação de novos piezômetros, equipamentos que medem a pressão e o nível da água no solo, e de um mecanismo de registro sismológico no entorno da barragem.


A Vale afirmou que todas as recomendações foram atendidas ainda no ano de 2018. “Cabe reforçar que se tratavam de recomendações rotineiras em laudos deste gênero”. A mineradora não diz na nota se comprovou à Justiça que as recomendações foram cumpridas.


Com rompimento da barragem em Brumadinho, estima-se que 12 milhões de m³ de rejeitos foram despejados no Rio Paraopeba. Segundo o Corpo de Bombeiros, 155 pessoas estão desaparecidas, 165 mortos, 160 corpos identificados (dados atualizados às 09h- 13/02 ). Foi o maior acidente trabalhista já registrado no país.


A ADUFOP lamenta o falecimento de três ex-alunos da UFOP em decorrência do crime: Bruno Eduardo Gomes e Wanderson Paulo da Silva, formados em Engenharia Geológica e Lucio Rodrigues Mendanha, em Engenharia de Minas. A entidade reitera sua posição de participar ativamente das atividades e atos em favor das famílias de Brumadinho somando forças com os diversos movimentos sociais e aguarda apuração e punição dos crimes das mineradoras.


Com informações: Brasil de Fato e G1

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