Plenária do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas lança carta com ações de luta
O Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas realizou no último sábado (5), de forma virtual, a Plenária Nacional dos Trabalhadores em Educação.
O encontro contou com a participação de 220 representantes de entidades, movimentos e coletivos – integrantes do Fórum -, que debateram o ensino remoto, a organização da luta contra a volta às aulas presenciais e o Ensino a Distância (EAD) e, também, a construção do I Congresso Mundial da Educação, que será realizado nos dias 25, 26 e 27 de setembro.
"A Plenária Temática do Fórum sobre Educação foi realizada juntamente com a Conferência Preparatória para o Congresso Internacional da Educação. Houve convidados internacionais, sendo que quatro fizeram falas de 10 minutos, sendo eles Fernando Abrego, da Assoprof do Panamá, Pedro Hernandez, da CNTE do México, Isabel Vargas, da UNE do Equador e Carlos Rivero, Federação Nacional de Docentes do Ensino Secundário do Uruguai", conta Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN.
Durante a plenária foram destacados, também, os ataques gerais à classe trabalhadora e ao povo, como a destruição das políticas sociais, das empresas públicas, do serviço público e dos direitos dos servidores, com a reforma Administrativa e o projeto de lei Future-se, que cria um fundo de natureza privada para financiar as universidades, institutos federais e Cefet de todo o país. Além do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), enviado ao Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro, que contém duros cortes nas áreas sociais.
Em relação ao ensino remoto, os governos federal, estaduais e municipais e, também empresas privadas, têm pressionado universidades e escolas para adotar essa modalidade, que deveria ser encarada como algo provisório e limitado, pois exclui e sobrecarrega aqueles que a utilizam. Além do debate sobre como retomar as atividades, trabalhadores da educação e estudantes também enfrentam problemas anteriores à pandemia de Covid-19 e que tendem a se intensificar, como congelamento salarial, redução do número de concursos, intervenções na democracia e na autonomia das escolas públicas, redução das bolsas de incentivo à pesquisa e à extensão, reforma do Ensino Médio e precarização dos contratos de trabalho do Ensino Básico, por meio de terceirização, entre tantos outros ataques.
Para o presidente do ANDES-SN, a plenária foi um evento representativo, que contribuiu muito para o compartilhamento da situação da luta em defesa da educação pública no Brasil e América Latina. "Debateu-se sobre o retorno presencial às aulas e suas consequências; o trabalho remoto e o neoliberalismo em tempos de pandemia e o financiamento da educação pública. Ao final, foi publicada a Carta da Plenária, cujo teor foi acordado entre as entidades, movimentos e coletivos que constroem o Fórum nacionalmente", comentou Gonçalves.
A carta política apontou 10 pontos indispensáveis para a organização das ações de lutas, para o próximo período, contra a precarização da educação via ensino remoto. São eles: a realização de uma campanha de acompanhamento das atividades de ensino não presenciais e do trabalho remoto dos servidores docentes e técnico-administrativos; a luta contra o assédio moral que tem aumentado durante a vigência do trabalho e ensino remotos; a construção, com os demais trabalhadores, de uma campanha contra os cortes de verbas nas áreas sociais, em especial a Educação; lutar contra o projeto Future-se através de uma ampla campanha que envolva todos os setores afetados e contra a implementação da reforma do Ensino Médio que reduz carga horária e disciplinas; estabelecer a unidade dos trabalhadores da Educação na construção da Greve Nacional Sanitária pela Vida contra a reabertura das escolas de forma presencial. E, ainda, a participação e construção do Dia Nacional da Educação em Defesa da Vida, no dia 15 de setembro, convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). No que tange os servidores públicos, o Fórum se propõe a construir ativamente a luta, encabeçada pelo Fonasefe, em defesa do serviço e dos servidores públicos contra a reforma Administrativa, construindo as plenárias estaduais na primeira quinzena de setembro e o Dia Nacional de Luta, que acontece no dia 30 de setembro. Outra participação será no I Congresso Mundial da Educação a ser realizado de forma online, nos dias 25, 26 e 27 de setembro e, por fim, a contribuição com a construção de um novo Encontro Nacional da Educação, em 2021.
Fórum O Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas foi lançado em São Paulo em 2019. O ANDES-SN é uma das entidades que compõe o espaço e a sua participação no Fórum foi uma deliberação do 38º Congresso do Sindicato Nacional.