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Docentes realizaram atos por todo o país pela reposição salarial e em defesa da Educação Pública


Entre as atividades da Semana de Luta, docentes participaram de marcha em Brasília e ato em frente ao STF

Durante toda a semana (25 a 29 de abril), docentes das instituições federais de ensino (IFE) participaram da Semana de Luta do Setor das Ifes do ANDES-SN, que teve como tema central “Pela reposição salarial e em defesa da Educação Pública”. A mobilização ocorreu conjuntamente com demais servidoras e os servidores públicos federais (SPF), no âmbito do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), com indicação de paralisação na quinta (28), em defesa dos serviços públicos e pela reposição salarial de 19,99%.


Paralisações e atos nos estados, assim como atividades nas universidades, institutos e cefets, como assembleias da categoria, rodas de conversa, fixação de faixas, entre outras, foram realizadas em todo o país com ampla participação da categoria docente. As mobilizações tiveram o intuito de dialogar com a comunidade universitária e a sociedade sobre as condições de trabalho, os impactos dos cortes orçamentários, a necessidade de reposição salarial e orçamentária nas IFE, além de outros temas relacionados.


Para Francieli Rebelatto, 2ª secretária do ANDES-SN, foi muito acertada a decisão das e dos docentes em realizar a Semana de Luta do setor das Ifes, no sentido de intensificar a mobilização da categoria nos locais de trabalho e dando continuidade à luta em Brasília. “Em especial, dialogando com a comunidade universitária, aproveitando esse momento de retorno das nossas atividades presenciais e a necessidade de ampliamos o debate e a luta pelas condições de trabalho e pela reposição salarial. O retorno presencial às nossas universidades, institutos e cefets é um momento fundamental para retomarmos a presença da nossa luta em todos os corredores e salas de aula diante de uma conjuntura de contínuos ataques aos serviços públicos”, afirmou a diretora do Sindicato Nacional.

Na capital federal, desde segunda-feira (25) docentes de diversas seções sindicais, em conjunto representantes das outras categorias do funcionalismo federal, continuaram em vigília, em frente ao prédio do Ministério da Economia. Foram realizadas diversas atividades durante a semana, além de reuniões com parlamentares no Congresso Nacional. Na quinta (28), houve uma marcha pela Esplanada dos Ministérios, que saiu do Bloco C e seguiu até o Ministério da Economia. No final da tarde, docentes realizaram panfletagem na rodoviária de Brasília, para dialogar com a população sobre a importância dos serviços públicos e valorização dos servidores e das servidoras. Confira algumas das atividades realizadas pelas Seções Sindicais do ANDES-SN.


No Pará, as e os docentes da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, iniciaram a semana com panfletagem nos portões da universidade e em frente ao Restaurante Universitário, convocando a comunidade a participar da tenda "Defender a Educação Pública!" durante toda a terça (26) e quarta (27). O intuito da ação foi chamar a atenção da comunidade universitária sobre a relação direta entre os cortes de verbas das universidades e o congelamento salarial de professoras, professores, técnicas e técnicos. As atividades da tenda incluíram um café da manhã com a comunidade universitária, aulas públicas, apresentações culturais e, ainda, painéis de debate sobre os desafios da educação brasileira, com participação de diversas entidades e da Regional Norte 2 do ANDES-SN. No dia 28, houve paralisação das atividades na universidade, com exceção do hospital universitário e das unidades que sediaram um concurso público. Já em Marabá, os e as docentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) também realizaram ato político-cultural, com panfletagem e aula pública.


No Acre, a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac – Seção Sindical do ANDES-SN) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de 3º Grau do Acre (Sintest) uniram forças para uma concentração em frente ao campus da Ufac, em Rio Branco, com panfletagens e falas sobre a importância da greve geral, que no setor da educação federal tem previsão de deflagração no dia 23 de maio. Na universidade, a paralisação contou com a adesão de cerca de 40% das e dos docentes e de técnicas e técnicos nos campi de Rio Branco e de Cruzeiro do Sul, demonstrando a insatisfação com a atual política econômica, que empobrece trabalhadoras e trabalhadores.


No Amazonas, em Parintins (AM), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua SSind.), marcou o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização (28) com a realização da atividade simbólica “Café da Luta”, com músicas de resistência, panfletagem e faixaço na entrada do prédio do Instituto de Ciência Sociais, Educação e Zootecnia. Professoras e professores destacaram a defesa dos serviços públicos e o reajuste salarial da categoria das e dos SPF, assim como a luta contra a PEC 32 (contrarreforma Administrativa), a Emenda Constitucional 95 e os cortes no orçamento da educação.


Em Alagoas, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal SSind.) e o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal) realizaram, durante a semana, transmissões na internet, debates, reuniões, entre outras atividades, que buscaram dialogar com a comunidade acadêmica sobre as pautas da campanha salarial, condições de trabalho e educação pública em Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia. Na terça (26), representantes da seção sindical visitaram unidades acadêmicas do campus em Maceió para dialogar sobre a Semana de Lutas. No dia 28, as entidades promoveram um café da manhã e uma aula pública para dialogar sobre a recomposição salarial de 19,99%, os sérios ataques que educação pública tem enfrentado e as condições de trabalho na Ufal no retorno às aulas presenciais. No campus Arapiraca, houve panfletagem, café da manhã, além de um momento de diálogo com a comunidade universitária. Já em Delmiro Gouveia foram realizadas aulas públicas. A Adufal SSind. e o Sintufal fizeram também uma reunião online com o movimento estudantil para tratar da organização da comunidade universitária em defesa da Ufal.


Por saúde, educação, moradia e contra o aumento do custo de vida, as e os docentes Universidade Federal Fluminense (UFF) se reuniram na manhã de quinta-feira (28), em Niterói (RJ), na frente da prefeitura do município. Também houve panfletagens em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap) e nas Barcas, convocando para a manifestação conjunta realizada a tarde na capital fluminense. Os materiais também chamaram a atenção da população para a importância da defesa de mais investimentos em saúde e educação públicas, com reajuste salarial para as trabalhadoras e os trabalhadores dessas áreas, e de políticas de acesso e permanência para as e os estudantes que retornaram às aulas presenciais após dois anos de pandemia. Em unidade com diversas entidades do funcionalismo público, as e os manifestantes de Niterói se deslocaram para a cidade do Rio de Janeiro, para o ato unificado realizado em frente ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No Espírito Santo, diversas manifestações foram realizadas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) durante todo o dia de quinta-feira (28). As atividades começaram antes do amanhecer, com abordagem e panfletagem nos portões de acesso ao campus de Goiabeiras, em Vitória (ES), com as pessoas que chagavam de carro ou a pé. Também foram realizadas ações no campus de Alegre, no Sul do estado. Rodas de conversas, aulas públicas e apresentações de música e poesia também fizeram parte da programação. Nas ações, realizadas pela Adufes SSind, em conjunto com o Sintufes, foram abordadas a importância da derrubada da Emenda 95 - do Teto de Gastos -, que congelou investimentos na Educação e na Saúde por 20 anos, a luta contra a PEC 32 e da recomposição de parte das perdas salariais dos e das SPF, com reajuste de 19,99%.


No Mato Grosso do Sul, as e dos docentes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Ufms) aderiram à semana de lutas e ao calendário nacional de lutas do Fonasefe com paralisação na quinta (28), com o objetivo de pressionar pelas negociações em relação ao reajuste salarial das servidoras e servidores públicos federais. Em Campo Grande, foram realizadas panfletagem, no início da manhã, no portão do campus da Ufms e aulas púbicas em frente à reitoria, nas unidades e na Faculdade de Educação (Faed), promovidas pela Associação dos Docentes da Ufms (Adufms Ssind.). A seção da Adufms SSind em Aquidauana organizou, na segunda (25), um café da tarde para discutir a campanha salarial e o indicativo de greve geral das servidoras e dos servidores públicos federais.


Em Minas Gerais, a diretoria da Associação de Docentes da Universidade Federal de Ouro Preto (ADUFOP) visitou os campis durante a semana e realizou conversas e debates sobre as condições de trabalho docente, os impactos dos cortes orçamentários, a necessidade de reposição salarial e orçamentária nas IFE, entre outros temas. Já no dia 27 de abril, ADUFOP, participou da Assembleia Geral do ASSUFOP, entidade sindical representativa dos técnico-administrativos, e contribuiu com reflexões de análise de conjuntura e reforçou a importância das lutas locais serem construídas de forma conjunta e ampla. No Dia Nacional de Paralisação, a ADUFOP organizou dois debates públicos com o tema “A luta de trabalhadores e estudantes e o futuro da universidade pública”, o primeiro no campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto, e o segundo, em Mariana.


Já a Associação de Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (ApesJF Seção Sindical do ANDES-SN) realizou panfletagem na Universidade Federal de JF (UFJF), com representantes do DCE e do Sintufejuf. Também foram distribuídas faixas por todo o campus, refirmando a luta do sindicato pela recomposição do orçamento das instituições federais de ensino, pelo reajuste salarial emergencial e pelo retorno presencial seguro. Com a semana de lutas coincidindo com o início do semestre letivo, a APESJF SSind. também realizou uma campanha de boas-vindas e de conscientização para a retomada das atividades na UFJF e no IF Sudeste MG, reafirmando o posicionamento da entidade diante do retorno presencial e convocando a categoria para a filiação e participação nas mobilizações. Com o slogan “A vida resiste, a luta persiste: APES em defesa da educação como direito social”, foram confeccionados panfletos, murais, banners, faixas, cartazes e adesivos. No IF Sudeste MG, a APES JF SSind. promoveu uma campanha digital junto ao Fórum Intersindical, com Sintufejuf e Sinasefe, destacando a luta dos servidores e das servidoras técnico-administrativos em educação da UFJF e do IF, em greve desde o dia 23 de março.

No Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, as e os docentes do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) deliberaram cruzar os braços desde segunda-feira (25), e estabeleceram um calendário de mobilização até quinta (28). As atividades envolveram também entidades da educação municipal, estadual e federal na segunda. Em Viamão, as atividades iniciaram no IFRS com reunião de planejamento e durante a semana ocorreram rodas de conversa. Um ato unitário foi realizado na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em Santa Maria, uma plenária unificada foi realizada pelos segmentos da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), que debateu perdas salariais, cortes orçamentários e a PEC 32.

Edivânia Alves, diretora-geral da Adufpa SSind., avaliou positivamente a semana de lutas em sua universidade. Para ela, a seção sindical apostou em diferentes estratégias para dialogar com a comunidade e garantir uma paralisação efetiva. “Conseguimos uma adesão que há muito tempo não conseguíamos. As pessoas entenderam que o 28 era um dia de paralisação, de fato. A tenda que erguemos no campus nos mostrou que esse é o tipo de atividade que agrega e constrói uma participação mais efetiva de estudantes, docentes e técnicos. Agora chamaremos uma assembleia para fazermos um balanço da Semana de Lutas e definirmos os próximos passos da luta acenando com o dia 23 de maio, como indicativo de deflagração da greve”, disse.


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