Já são sete as intervenções do governo em nomeações de dirigentes de instituições federais de ensino. O caso mais recente é o da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS). Foi designado, nessa quinta-feira (29), como novo reitor da entidade o terceiro colocado na consulta interna e na lista tríplice encaminhada ao Ministério da Educação (MEC), Marcelo Recktenvald.
Desde junho, este é o quinto episódio de nomeação, que não respeita as escolhas internas das universidades. Em outras duas instituições de ensino federais, o governo interveio, colocando dirigentes interinos.
Confira abaixo:
Nomeações de candidatos perdedores:
UFTM
O primeiro episódio registrado foi na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) em junho. O Governo Federal nomeou como novo reitor da instituição o professor Luiz Fernando Resende dos Santos Anjo, que ficou em segundo lugar na consulta à comunidade acadêmica e na listra tríplice enviada ao MEC.
UFRB
Depois de ficar sem reitor devido ao atraso na nomeação por parte do governo, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) tem como novo dirigente o candidato que ficou em terceiro lugar na lista tríplice, Fábio Santos .
UFVJM
Na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) outras intervenção. O governo nomeou o professor Janir Alves Soares, que figurava como terceiro da lista, com nove dos 53 votos do conselho da instituição, e ficou em quarto lugar na consulta à comunidade acadêmica, na qual obteve apenas 5,2% dos votos.
UFC
Poucos dias depois, foi a vez da Universidade Federal do Ceará (UFC). O nomeado foi o professor Cândido Albuquerque obteve apenas 4,6% dos votos de professores técnicos e estudantes. Foram 610 contra 3.499 do segundo colocado e 7.772 do primeiro na consulta interna.
A comunidade universitária promete mobilização constante em defesa da autonomia universitária.
Nomeações de interventores:
UFG
Em junho, o Ministério da Educação designou a professora Mirlene Damázio como reitora temporária da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Damázio não concorreu na eleição interna nem tinha seu nome na listra tríplice enviada ao ministério para a nomeação, mas era apoiadora da chapa derrotada na consulta à comunidade universitária.
A designação ocorreu após a judicialização do processo eleitoral da universidade. Corre, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, uma ação apurando supostas irregularidades na formação da listra tríplice. Entidades representativas, no entanto, questionam um caráter político na escolha do MEC.
CEFET-RJ
No Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), o Ministério da Educação nomeou um interventor, que nem mesmo pertence ao quadro da instituição. Maurício Aires Vieira foi designado, por meio de portaria, como diretor-geral temporário. Vieira ocupava, desde maio, a função de assessor e diretor de programas substituto da Secretaria Executiva do MEC, ou seja, cargo diretamente ligado ao ministro Abraham Weintraub.
FONTE: Assessoria de Comunicação da ASPUV