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Alesp aprova, em primeiro turno, PEC que reduz orçamento da educação estadual de SP


Apesar de protestos, 60 parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovaram, na tarde dessa quarta-feira (13) em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023. Um dos principais ataques do governo de extrema direita de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à educação pública, a medida reduz os repasses anuais à educação pública estadual de 30% para 25% da receita de impostos.


Para ser inserida na Constituição Paulista, a PEC precisa ser aprovada em dois turnos, com o voto favorável de três quintos (3/5) de deputados e deputadas em cada votação. O segundo turno de discussão e votação deve ocorrer na próxima semana. A proposta precisa passar por mais 12 horas de discussão no plenário da Alesp.


Caso venha a ser aprovada, estima-se que a PEC 9/2023 provocará uma diminuição de cerca de R$ 10 bilhões nos recursos destinados à educação pública paulista em 2025, com forte impacto sobre as condições da rede estadual de ensino, que já são precárias atualmente.


Audiência pública

Antes da votação, foi realizada a única audiência pública de debate sobre a PEC 09/23 na Alesp, convocada após a pressão de parlamentares de oposição e de movimentos sindicais e sociais. No entanto, cerca de 100 estudantes contrários ao corte de recursos da educação foram barrados e não puderam participar.


Aprovação na CCJR

No último dia 28 de agosto, após meses de tentativas e forte obstrução de parlamentares da oposição, o relatório do deputado Carlos Cezar (PL) favorável à PEC 9/2023 foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Alesp por 7 votos a 2. A CCJR ignorou pareceres contrários, como aquele apresentado pelo Núcleo da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que rebateu as alegações do governo estadual de que a aplicação, na saúde pública, da verba a ser retirada da educação, é uma justificativa satisfatória para a PEC.


“Em que pese o louvável esforço do Poder Executivo em destinar um orçamento mais robusto para a área da saúde no estado, entendemos que, da forma apresentada, há inaceitável retrocesso social na área da educação, que passa por um momento extremamente sensível, após o período de pandemia, que afetou drasticamente a qualidade da educação no estado, exigindo ações e investimento para combater a evasão escolar, o atraso na aprendizagem, além de ofertar cuidados e acolhimento psicossocial”, aponta o parecer da Defensoria Pública.


Após citar problemas como os episódios de violência letal ocorridos nas escolas da rede pública estadual, os quais “exigem, inclusive, atenção especial à necessidade de investimento na formação de educadores, infraestrutura escolar, ações de combate ao bullying e ao racismo”, a Defensoria Pública observa que “o orçamento da Educação em São Paulo não foi suficiente, mesmo com a reserva de 30% da receita anual, para satisfazer adequadamente todas as metas do Plano Estadual de Educação”.


Precarizar e privatizar

O governo de Tarcísio de Freitas segue investindo na precarização e privatização da educação pública paulista. Recentemente, o governo realizou o leilão de dois lotes para a construção e gestão de 33 novas escolas estaduais. Os consórcios vencedores têm como líderes uma empresa gestora de cemitérios da capital paulista e uma empreiteira do Mato Grosso, ambas sem qualquer experiência no setor da educação.

Freitas também conseguiu a aprovação em maio, na Alesp, de um projeto de lei que cria escolas “cívico-militares” na rede estadual e nas redes municipais. A proposta está suspensa pela justiça e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7662.


Fonte: ANDES-SN *Com informações da Adusp SSind., Apeoesp e Brasil de Fato. Foto: Alesp/Divulgação

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