ADUFOP participa do 99º Encontro da Regional Leste
Docentes da UFOP participaram do 99º Encontro da Regional Leste do ANDES-SN, nos dias 5 e 6 de julho, na sede social da ASPUV (Associação dos Professores da Universidade Federal de Viçosa), em Viçosa. A atividade reuniu seções sindicais de Minas Gerais e do Espírito Santo e teve como tema “Só a luta muda a vida!”. A atividade debateu temas como a carreira docente e o combate ao assédio. Pela ADUFOP, participaram a professora Joana Amaral, Gilberto Januario e Paulo Assis.
Para Joana Amaral, presidenta da ADUFOP, “No 99º Encontro da Regional Leste pudemos discutir a conjuntura atual, especialmente sob a luz do período de greve recentemente vivido por nós e as projeções das lutas futuras. Dentre elas, a superação do assédio nas universidades, objetivo que nosso Sindicato inclui no plano de lutas e que merece ser olhado por suas diversas facetas: o machismo, o racismo, a LGBTQIA+fobia”.
“O evento constituiu-se importante fórum para conhecer colegas de outras ADs; conhecer as atividades desenvolvidas pelas ADs, principalmente aquelas relacionadas ao período de greve e outras a serem desenvolvidas na fase de retorno às aulas, e se reconhecer como professor inserido no movimento de luta pela defesa da universidade pública, laica, de qualidade, estatutária e socialmente referenciada. (...) A participação no 99º Encontro da Regional Leste da ANDES-SN foi muito significativo para mim, pois além de conhecer a luta de colegas de outras ADs, pude observar que, embora tenham suas particularidades, são lutas que convergem para um lugar comum; lutas estas da qual faço parte e posso fortalecer com meu engajamento compromissado com uma universidade equitativa e inclusiva”, disse Gilberto Januário, docente da UFOP.
Na sexta-feira (05), a primeira mesa temática do encontro trouxe como tema “Educação superior e organização das(os) trabalhadoras(es) na América Latina”, com a participação de Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN e Cezar Luiz de Mari, secretário-geral da ASPUV.
“Hoje nós temos talvez a consumação, dentro de uma dimensão objetiva, de um perfil cada vez mais ligado ao conjunto das classes trabalhadoras na composição do professorado nas universidades brasileiras (…), ainda que exista um certo ethos aristocrático e um lugar em que ele se reproduza no que é a própria construção acadêmica dos professores e das professoras nas universidades mais diversas”, disse o presidente do Sindicato Nacional, ao enfatizar o reconhecimento da categoria enquanto classe trabalhadora.
No sábado (06), a primeira mesa pautou “Carreira Docente: História e desafios” com Clarissa Rodrigues, 2ª vice-presidenta da Regional Leste e Thiago de Melo Teixeira da Costa, representando o Grupo de Trabalho (GT) Carreira da ASPUV.
Clarissa apresentou uma retrospectiva sobre as discussões do ANDES-SN relacionadas à carreira, destacando que, este ano, será realizado um CONAD específico para debater o assunto. Também destacou a importância do 30º Congresso do ANDES-SN como um marco nas discussões, ao deliberar um projeto de carreira do Sindicato Nacional. A construção desse projeto, no entanto, regrediu com a assinatura de um acordo ilegítimo com a Proifes na greve de 2012.
À tarde, foi realizada a última mesa temática, “Combate ao assédio e a luta do movimento docente”. A mesa contou com Caroline de Araújo de Lima, 1ª secretária do ANDES-SN, Jacyara Paiva, 2ª secretária da Regional Leste do ANDES-SN e Débora Madeira, integrante do Conselho Deliberativo da ASPUV.
Caroline pontuou que os casos de assédio envolvem hierarquias estabelecidas e, via de regra, há uma tentativa de descredibilização das vítimas, de modo que desistam do processo. Na sua avaliação, os sindicatos devem realizar campanhas de conscientização, preferencialmente junto aos demais movimentos e representações da instituição.
Encerrando as apresentações, Jacyara relembrou o processo de perseguição, que sofreu e quase levou à sua exoneração na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). “Quando eu sofro assédio moral, eu tento falar, mas as pessoas não conseguem me ouvir, porque é tão naturalizado e banalizado (…). A Diretoria só foi descobrir que era assédio quando eles me viram totalmente desestruturada. O processo de desumanização é muito grande”, contou . Após uma ampla mobilização denunciando as irregularidades do caso, o processo de exoneração foi revertido.
Com informações: ASPUV